Da redação:
Cada vez mais as empresas brasileiras têm buscado praticar a responsabilidade social. O que isso significa? Na prática, demonstra que a companhia tem se preocupado com a ética e com o impacto que causa na sociedade e na natureza.
Ser uma empresa sustentável, mais do que um título bonito, é garantia também de perenidade nos negócios. Sabemos que os recursos naturais são escassos e, se utilizarmos algo que é raro, o custo do produto encarece e ele se torna inviável para uma parte da população, diminuindo consideravelmente as vendas e a margem de lucro do empresário.
Cuidar dos resíduos que produz também ajuda a fortalecer a marca para que as próximas gerações tenham condições de conhecê-la e consumi-la. Algumas atitudes sustentáveis, por mais que pareçam difíceis de serem implantadas num primeiro momento, contribuem até para a economia da empresa, pois reduzem seus gastos.
Entre as medidas estão o reuso de água para lavar quintal ou nas descargas, a troca de lâmpadas pelas de LED ou por grandes janelas que otimizem a iluminação natural, e a reciclagem.
Mercado concorrido
A indústria têxtil brasileira é bastante concorrida e ganha destaque na criatividade dos nossos estilistas. Sem sombra de dúvidas, é um dos setores que mais movimenta a economia e gera empregos dos mais variados.
Para se destacar entre tantos, os empresários precisam buscar formas de se diferenciar, e a sustentabilidade é uma delas.
Do lixo ao luxo
Sabe a garrafa pet que vai para o lixo? Então, em algumas empresas ela volta para o consumidor em forma de tecido. O plástico da garrafa dá origem à linha com a qual são feitas camisetas, bolsas, saias, vestidos etc. E o mais incrível: é um tecido molinho e extremamente macio, que lembra bastante o algodão.
Ciclo de vida do produto
O empresário Cristiano Buerger, presidente da Tecnoblu, em entrevista à Estela Benetti, do NSC Total, lembrou que a calça jeans é um dos trajes mais injustiçados do mundo da moda quando se trata de sustentabilidade.
Segundo o empresário, a análise de ciclo de vida do produto indica que ele demanda 30 litros de água para a produção de cada calça, mas a conta não leva em consideração o uso do produto e quanto pode ser poupado depois que a peça é comercializada e passa a ser utilizada.
Ele destaca que a indústria nacional tem estabelecido parcerias para poder produzir peças cada vez mais sustentáveis, e que isso vem desde o início da plantação do algodão até a entrega ao consumidor. Em toda a cadeia há etapas sendo construídas e praticadas para que o impacto do consumo de uma roupa seja o menor possível na natureza.
Cada detalhe conta
O que pode parecer sutileza para o consumidor tem um grande impacto na natureza. O uso de botões e zíperes de plástico comum, por exemplo, que levam centenas de anos para se decompor, pode ser substituído por botões de madeira de reflorestamento, de plástico reciclado ou até de plástico biodegradável.
Muitas empresas já utilizam esse tipo de plástico, advindo do milho ou da cana-de-açúcar, que se dissolve na natureza em pouco tempo sem prejudicar o ambiente.
A forma de entregar o produto para o comerciante e deste para o consumidor também impacta o meio ambiente. O tipo de transporte utilizado é um exemplo: carros e caminhões tendem a poluir o ar. Se a peça se desloca pelo país por trem ou por veículos elétricos, temos um menor dano à natureza.
Caixas de papelão reciclado e sacolas de papel biodegradável também são formas de acondicionar trajes, aviamentos e pequenas peças usadas no dia a dia da indústria têxtil e que podem contribuir para que a empresa e o setor se tornem cada dia mais sustentáveis.