Praia e futebol são duas das maiores paixões nacionais. Agora, junte os dois fatores a um dos destinos turísticos mais procurados do mundo e você terá o Esporte Clube Bahia.
Originário de Salvador, o time, chamado carinhosamente de “Bahêa” por sua torcida, tem uma grande tradição no futebol nacional. E, embora não esteja entre os mais ricos times brasileiros, sobram motivos para encher de orgulho os torcedores do “Bahia de Munique”. Confira a lista a seguir com 6 motivos que fazem o Tricolor de Aço ser um dos times mais queridos do Brasil.
- Sem lugar para o machismo na torcida
Preocupado com o bem-estar de suas torcedoras e determinado a fazer do futebol brasileiro um esporte cada vez mais democrático e inclusivo, o Bahia lançou, em outubro deste ano, uma nova ferramenta no BBMP, o aplicativo oficial do time.
Seguindo a tendência da campanha #medeixetorcer, lançada em maio, após denúncias de uma torcedora vítima de assédio durante uma partida na Arena Fonte Nova, o time incluiu em seu aplicativo a aba “denuncie aqui”, na qual torcedoras podem reportar, em tempo real, situações de assédio vividas em estádios.
- Posicionamento contra a homofobia
Em setembro deste ano, o time publicou em suas redes sociais um vídeo cuja legenda deixa clara a postura a favor da comunidade LGBTQIA+ dentro e fora dos estádios.
Com a hashtag #LevanteBandeira, o time também usou bandeirinhas simbólicas nas áreas de escanteio com as cores do arco-íris na partida contra o Fortaleza durante a 19a rodada do Campeonato Brasileiro, em manifestação contra a homofobia.
- Reconhecimento de paternidade
Bastante ciente do fato de que 5,5 milhões de crianças brasileiras não possuem o nome do pai em seus registros, o time fez uma campanha contra o abandono paterno e negligência masculina.
Em parceria com a Defensoria Pública da Bahia, o tricolor Baiano promoveu plantão de dúvidas e testes de paternidade gratuitos na Loja do Esquadrão, a loja oficial do time, que fica na Arena Fonte Nova. A ação aconteceu durante a semana do Dia dos Pais.
- Preservação ambiental
O Bahia também encontrou uma maneira de se manifestar frente ao grande derramamento de petróleo, que aconteceu em agosto deste ano e que já atinge mais de 2 mil quilômetros do litoral do Nordeste brasileiro, e à negligência do governo federal em elaborar e pôr em prática um plano de contenção.
Durante a partida contra o Ceará pela 27a rodada do Campeonato Brasileiro, o time de Salvador entrou em campo com sua tradicional camisa tricolor com manchas pretas, simbolizando todo o óleo que atinge fauna e flora brasileiras e que compromete muito o turismo nacional, além de pôr em risco a saúde de milhares de pessoas.
As camisas utilizadas pelos jogadores durante a partida foram colocadas em leilão, e toda a arrecadação será revertida para os trabalhos de limpeza das praias.
“A ideia surgiu porque estávamos incomodados sobretudo com a ausência de resposta do governo ao impacto que está causando”, disse Tiago Cesar, um dos coordenadores do núcleo de ações positivas do Bahia. “Vamos ajudar quem está tomando para si a função que deveria ser do Estado”, completa.
- Racistas não passarão
Salvador é a quarta cidade mais populosa do país, segundo dados divulgados pelo Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com 2,9 milhões de habitantes, dentre os quais 80% são negros.
Além disso, grande parte da história da cidade tem relação com a história de povos africanos. Estabelecimentos cujos nomes foram escritos em iorubá, e pontos turísticos relacionados à cultura de terreiro e ao candomblé são apenas alguns dos pontos que corroboram a afirmação e levam muitas organizações a considerar Salvador como a cidade mais negra fora do continente africano.
Com toda essa bagagem, não é de se espantar que o Bahia tenha um forte posicionamento contra atitudes racistas.
Em novembro do ano passado, o time fez uma campanha em que os nomes dos jogadores foram substituídos nas camisas por nomes de 20 personagens imortais da cultura negra no Brasil, como Zumbi dos Palmares, Moa do Katendê e até mesmo Milton Santos, primeiro e único latino-americano a ganhar o “prêmio Nobel” da geografia mundial.
- Muito mais que futebol
Além da forte presença social apresentada pelo Bahia, sua atuação no futebol e em outros esportes merece destaque.
O tricolor Baiano foi o primeiro time a ganhar o Campeonato Brasileiro, em uma partida contra o Santos em 1959.
Sua equipe de Jiu-Jitsu é considerada uma das melhores das Américas.
O time também foi pioneiro no automobilismo, ao fazer parceria com o piloto Roberto Cunha, que participou do Campeonato Baiano de Rally.