O que muda pra você com o fim do Privacy Sandbox do Google?

Sabe aquelas mudanças de tecnologia que chegam prometendo revolucionar tudo, mas no fim das contas a coisa não engata? Foi mais ou menos isso que aconteceu com o Privacy Sandbox do Google. Ele foi criado para nos dar mais privacidade quando navegamos na internet, mas agora o projeto acabou, sem nem um anúncio chamativo.
Era aquela promessa bonita: proteger nossos dados, dificultar que as empresas ficassem nos seguindo de site em site com anúncios. Quem nunca se irritou ao olhar um sapato uma única vez e, de repente, ele começa a te seguir em todo canto online? Pois o Privacy Sandbox queria acabar justamente com esse tipo de rastreamento.
No papel, a ideia parecia ótima. Só que, na prática, o pessoal da publicidade chiou. E ainda teve governo dos Estados Unidos e do Reino Unido fazendo pressão, com medo do Google ficar ainda mais poderoso nesse universo de anúncios.
No final das contas, nem o setor de publicidade embarcou totalmente na ideia, nem as regulações facilitaram a vida. Resultado: o projeto está fora de cena.
O que era esse tal de Privacy Sandbox do Google?
O Privacy Sandbox veio ao mundo em 2019, quando o Google anunciou um conjunto de medidas para proteger nossa privacidade online. O foco era bem claro: reduzir, ou até eliminar, aqueles famosos cookies de terceiros no navegador Chrome.
Se você nunca ouviu falar ou acha que cookie só serve pra café da tarde, vou explicar rapidinho. Cookies são uns arquivos minúsculos que os sites colocam no nosso computador. Uns servem para lembrar nossa senha, outros deixam a navegação mais fácil. Mas os tais cookies de terceiros são usados por empresas que nem conhecemos, só para seguir nossos passos pela internet e montar um perfil completinho sobre a gente. Às vezes bate aquela sensação de que estão nos espionando, né?
O Privacy Sandbox surgiu para tentar barrar esse abuso, trocando esses cookies por outras tecnologias, numa tentativa de equilibrar privacidade do usuário e interesse das empresas de publicidade.
Por que o projeto não deu certo?
A ideia foi ousada, mas logo ficou claro que não seria tão simples. A proposta do Google era limitar a quantidade de informações que os sites e empresas conseguiam sobre a gente. Só que o pessoal da publicidade digital ficou preocupado, com medo de perder dinheiro. Afinal, o mercado de anúncios adora saber tudo sobre nossos gostos.
Já as autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido entraram com o pé atrás, pensando que o Google poderia acabar controlando ainda mais o mundo dos anúncios online. Sempre tem aquele medo do grandão engolir os menores, né? Quem nunca viu isso por aí?
Teve ainda um detalhe: o próprio Google percebeu que convencer todo mundo a abandonar de vez os cookies de terceiros era uma missão quase impossível. Pouca gente realmente aderiu ao projeto. É tipo quando tem aquela receita de bolo saudável, mas ninguém topa abrir mão do brigadeiro.
No começo de 2024, o Google até manteve o Privacy Sandbox funcionando, mas aos poucos foi cortando vários dos recursos principais. Agora o time do projeto confirmou: praticamente tudo foi descontinuado pela baixa adesão.
Ficou algum legado positivo?
Apesar de todas as idas e vindas, nem tudo foi em vão. Do Privacy Sandbox surgiram algumas ideias legais, como o tal do CHIPS, que faz cada site guardar seus cookies separadamente. Isso ajuda a tornar mais difícil aquele rastreamento chato de um site bisbilhotar o que você faz em outro.
É parecido com quando a gente separa caixas diferentes para guardar contas e documentos em casa. Fica tudo mais organizado e ninguém mexe no que não deve.
Por enquanto, a busca por mais privacidade na internet vai continuar. Dá pra torcer que as novas soluções venham mais simples e, quem sabe, agradem tanto a gente quanto as empresas. Por aqui, sigo de olho nas novidades e sempre dou aquela conferidinha básica nas configurações de privacidade dos aplicativos. É aquela coisa de internet: cuidado nunca é demais.
