Corte dos preços da gasolina: impactos para Petrobras e IPCA

A Petrobras anunciou uma redução de 4,9% nos preços da gasolina, o que representa uma queda de 14 centavos por litro. Essa decisão foi tomada em meio a expectativas no mercado e discussões sobre os altos preços do combustível em relação ao que é praticado no mercado internacional.
Apesar dessa redução, a XP Investimentos destacou que o preço da gasolina ainda está cerca de 15% acima da paridade com os preços do Golfo dos Estados Unidos. Antes do ajuste, essa diferença era de 20%. Em relação ao diesel, os preços permaneceram os mesmos, com um prêmio de cerca de 3% em comparação ao mercado internacional, conforme os analistas Régis Cardoso e João Rodrigues.
Os analistas também comentaram que a expectativa de redução de preço pela Petrobras já era amplamente antecipada. Porém, o ajuste ficou abaixo do que muitos no mercado esperavam. Eles observam que as estimativas dos custos de paridade de importação variaram bastante nos últimos meses, o que pode ter contribuído para esse cenário.
A Associação Brasileira de Comerciantes de Combustíveis (Abicom) estima que após a redução, o prêmio da gasolina seria bem menor, em torno de 3%, enquanto o diesel apresentaria uma ligeira vantagem com um desconto de cerca de 3%.
Adicionalmente, a XP analisou que a redução de preços pode causar perdas de estoque para os distribuidores de combustíveis no quarto trimestre de 2025, embora este impacto seja considerado temporário e não deva se estender além desse período.
Por outra perspectiva, o Itaú BBA confirmou que a redução dos preços da gasolina era esperada, mas a magnitude do ajuste ficou abaixo das expectativas do mercado. O aumento entre os preços domésticos e a paridade internacional teve um crescimento nas últimas cinco semanas, levando ao anúncio do ajuste atual. Após a redução, os preços domésticos da gasolina, ainda assim, ficariam 6% acima da paridade.
Em termos de impactos econômicos, a equipe macroeconômica da XP espera que a diminuição do preço da gasolina tenha um efeito baixista no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve cair em torno de 9 pontos-base. As projeções para o IPCA, que atualmente está em 4,7%, podem ser revisadas para ficar entre 4,5% e 4,6%.
Essas movimentações no setor de combustíveis podem ter significativas consequências para consumidores e distribuidores, refletindo a constante observação dos preços e suas variações em um cenário econômico dinâmico.
