Cuidado com a falsa couve: como evitar plantas tóxicas na comida

Uma coisa que a gente costuma esquecer, no dia a dia de casa, é que nem toda plantinha que parece verdinha e inofensiva pode ir direto pra panela. Você já deve ter ouvido uma história ou outra sobre gente confundindo folha do quintal com couve de verdade, né? Pois aconteceu de novo, dessa vez em Minas, e infelizmente o final não foi nada feliz.

Imagina a cena: aquele almoço de família, todo mundo animado, alguém vai lá no quintal, colhe umas folhas achando que é couve manteiga, prepara o prato com aquele cheirinho gostoso. Mas, no lugar da couve, era uma planta chamada “falsa couve”, que de inocente não tem nada. As folhas são super parecidas, mas essa planta é tóxica e, no caso dessa família, foi tão grave que uma mulher perdeu a vida e outras pessoas ficaram muito mal.

Esse tipo de confusão é complicada, porque quem nunca olhou pro matinho no fundo do quintal e pensou “ah, igualzinho aquele que minha mãe usava na horta”? Aqui em casa mesmo, eu já fiquei na dúvida com umas folhagens, e olha que cozinho há anos. É fácil se enganar, ainda mais quando as plantas são parecidas.

O problema é que algumas dessas espécies carregam venenos naturais que, pra elas, servem como proteção, mas pra gente podem causar um estrago sério. A tal da falsa couve tem uma substância chamada anabasina, que mexe direto no nosso sistema nervoso. Não adianta pensar em ferventar pra matar o veneno, porque esse composto resiste até a altas temperaturas e pode até ficar ainda mais perigoso quando cozido do jeito comum.

A toxina da falsa couve

A anabasina, que tem estrutura parecida com a nicotina, só que é bem mais agressiva, pode causar taquicardia, tremedeira, uma sensação estranha que começa logo depois de comer. Se piora, chega a dar aquela paralisia nos músculos que a gente usa pra respirar, o que é super grave e pode ser fatal.

E sabe aquela ideia de que “se ferver tá seguro”? Pois com falsa couve não é bem assim. O calor da panela nem sempre resolve e, pior, pode ajudar a liberar ainda mais veneno das folhas, já que o cozimento arrebenta as células e deixa a toxina mais acessível pro nosso corpo. Não tem muito como escapar, é um daqueles casos que mais vale prevenir do que correr risco.

Outras plantas parecidas que também são perigosas

Não é só a falsa couve, viu? No Brasil a gente tem um monte dessas pegadinhas botânicas. Um exemplo clássico é a mandioca: tem a brava e a mansa, mas visualmente a diferença entre as duas é mínima, principalmente se você não tem o costume de lidar com planta de raiz. O perigo da brava é que ela solta ácido cianídrico, uma substância que pode provocar convulsões ou coisa pior se não tiver o preparo certo.

Outra história é a da taioba. A taioba comestível, aquela das receitas de mãe, tem talo e nervuras verdes. Já a tal taioba brava, que cresce por aí sem ninguém plantar, normalmente mostra uma cor meio arroxeada nos talos e até na folha. E essa é de dar medo, porque o veneno dela faz uma irritação danada na boca, garganta, e pode dar até sufoco sério.

Eu sempre falo: melhor perder cinco minutos tentando identificar direito do que arriscar. Tudo que nasce espontaneamente, seja no quintal, seja na beira da rua, precisa de atenção dobrada.

Como diferenciar essas plantas no dia a dia

Dá pra notar umas diferenças, sim, quando a gente olha com calma.

A falsa couve, por exemplo, tem folhas mais fininhas, compridas, e aquele verde puxando pro acinzentado. São mais lisas, com nervura quase escondida, diferente da couve normal, que é mais grossa, verde vivo e tem uma textura que parece até mais rugosa. Se olhar os dois lados a lado, a diferença fica evidente, mas na correria pode escapar.

Já com a taioba, o truque é observar a cor: a comestível é toda verdinha, enquanto a brava dá sinais arroxeados, principalmente no talo. Esses detalhes são o que ajudam a não fazer confusão e manter a saúde em dia. Às vezes, até a textura ao toque faz diferença — folha boa pra comer costuma ser mais firme, com aspecto saudável.

A regra de ouro pra não correr risco

No final das contas, tudo gira em torno de uma regrinha simples: não coma nada do mato se você não tiver certeza absoluta de que é seguro. Sempre dê preferência pros alimentos da feira, do mercado ou daquela hortinha onde você mesma plantou e acompanhou o crescimento.

Por mais tentador que seja experimentar algo que está crescendo bonito ali no canto do quintal, lembre que essas plantas desenvolveram venenos pra se defender dos bichos. Pra gente, mesmo em pequena quantidade, pode dar problema. Se pinta qualquer dúvida, é melhor deixar pra lá — melhor garantir a saúde da família do que arriscar, né?

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