Vem aí mais vagas e apoio em cursinhos populares gratuitos

Olha só, saiu uma novidade que pode mudar bastante a vida de quem está na luta pelo ensino superior, principalmente pra quem, assim como muita gente que a gente conhece, estudou a vida toda em escola pública e sente que o vestibular parece um bicho de sete cabeças. O governo federal decidiu que, em dezembro, vai lançar um novo edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares, chamada CPOP. A ideia é dar apoio para até 500 projetos diferentes, espalhados pelo país todo, e, dessa vez, têm até R$ 108 milhões reservados só pra isso.

Isso foi anunciado num evento em São Bernardo do Campo, com aquela movimentação toda que quem já acompanhou evento político conhece bem. Mas, no fundo, o recado era: mais ajuda pra estudante de escola pública que tá ralando pra entrar na faculdade. E vou te contar, conheço um monte de gente que já passou ou ainda passa por esse perrengue de estudar pra Enem e vestibular sem dinheiro pra pagar cursinho.

Pra quem serve esse apoio

A tal da CPOP foi criada por decreto, pra ser uma rede de ajuda técnica e financeira a estudantes em situação difícil, que têm sonho de alcançar uma vaga numa universidade e usam o Enem como porta de entrada. Nada daquela conversa distante de Brasília, sabe? É grana mesmo pra pagar professores, coordenadores, pessoal de apoio, e ainda repassar um auxílio de R$ 200 por mês pra alguns alunos—porque a verdade é que muitos acabam largando não só pelo conteúdo, mas porque falta dinheiro até pra transporte e lanche.

No primeiro edital desse programa, chamaram 384 cursinhos populares. Isso alcançou mais de 12 mil alunos em todas as regiões do Brasil. Deu pra perceber que, quando o assunto é educação, esse tipo de S.O.S. faz diferença de verdade. Eu mesma já vi primo, vizinha e filha de amiga tirarem leite de pedra pra estudar à noite em casa depois de um dia inteiro de trabalho, só porque não tinham condições de pagar um curso preparatório.

A ideia é crescer ainda mais

O ministro da Educação, Camilo Santana, falou que a intenção do governo é chegar a pelo menos 700 cursinhos até o fim dessa gestão. Ele reconheceu, e quem já andou por aí sabe disso, que esses cursinhos populares não começaram agora, não—muita gente, anos atrás, já fazia aula emprestando sala de igreja, na garagem de alguém, tudo na raça.

O diferencial agora é ter investimento público, aquele empurrãozinho que faz o trabalho chegar em mais lugares e mais estudantes. Porque, sejamos realistas, pagar professor e manter estrutura custa caro, e nem sempre a comunidade dá conta sozinha por muito tempo.

O ministro também destacou que quer transformar isso numa política pública permanente. Aquela coisa de não depender do humor do governante da vez, e sim virar direito de quem precisa. Lembrando dos tempos do Prouni, Sisu, Enem, Fies… quem estudou nos anos 2000 lembra do alívio que essas coisas trouxeram. Isso sem falar em projetos como o Pé-de-Meia, que tem dado resultado porque diminuiu bastante a quantidade de jovens largando a escola. Aqui perto mesmo, as mães deram graças a Deus quando esse auxílio caiu na conta dos filhos, porque faz diferença.

Uma universidade mais parecida com o Brasil real

O papo do Camilo Santana e do Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, girou em torno de justiça mesmo. Eles disseram claramente que, durante muito tempo, a regra era o aluno de colégio particular indo pra faculdade pública, enquanto o aluno da escola pública suava pra arrumar vaga na faculdade particular e ainda se embolava todo pra se manter lá. Não é segredo pra ninguém: os custos com transporte e comida, por exemplo, fazem muita menina e menino desistirem do sonho antes de terminarem o curso.

Hoje, com iniciativas como o Prouni e as cotas, a cara da universidade está mudando. Gente de todas as regiões, cores de pele, e realidades econômicas ocupando essas cadeiras. Antes, quem vinha de escola pública nem pensava em dividir o corredor da universidade com quem estudou a vida inteira em colégio caro. Agora, metade das vagas das federais são reservadas pra galera da escola pública, e entre essas, uma parte é pra pretos e pardos, de acordo com a população de cada estado. Uma alegria ver, de verdade.

A resistência que existia e como as coisas caminharam

Lembro como se fosse ontem, quando começaram a falar em cotas muita gente torceu o nariz. Muito argumento dizendo que ia baixar a qualidade, que não era justo, aquela falação de sempre. Mas, olhando agora, está claro que a universidade ficou mais rica, mais plural e mais inteligente. E gente de família simples mostrando que, com oportunidade, o talento floresce igualzinho.

O Haddad até comentou que, lá atrás, percebeu que pra transformar a educação mesmo, às vezes era preciso mexer no bolso dos mais ricos, porque sem investir mais dinheiro não existe milagre. É aquela coisa: redistribuição nunca foi fácil e sempre vai ter gente que chiou.

Hoje entra na sala de aula de uma universidade pública e, se comparar com vinte anos atrás, sente até orgulho de ver o Brasil inteiro representado ali. E todo mundo sabe: professor competente, aluno dedicado, isso não tem classe social, tem oportunidade.

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