O vereador Hemerson Yokota (PR), investigado por suspeita de corrupção, renunciou ao cargo na sessão realizada pela Câmara de Vereadores de Umuarama, no noroeste do Paraná, na noite de segunda-feira (15).
Hemerson Yokota foi eleito em 2012 com 2.309 votos, e era membro das comissões de Economia, Finanças e Fiscalização e de Educação, Cultura, Bem-Estar Social e Ecologia. Em dezembro de 2015 ficou um dia preso pela suspeita de exigir dinheiro de um empresário do setor de móveis para facilitar a aprovação de projeto de doação de terrenos na Câmara Municipal.
A proposta seria votada nos dias 23 e 29 de dezembro, mas os vereadores decidiram cancelar as votações devido a prisão de Yokota.
De acordo com a Polícia Civil, o parlamentar foi detido em um clube da cidade, onde recebeu R$ 25 mil em dinheiro do empresário denunciante. A vítima contou à polícia que Yokota propôs que ela pagasse R$ 80 mil em troca da aprovação do projeto. Mas, o valor foi negociado e fechado em R$ 60 mil, divididos em duas parcelas: R$ 25 mil, entregues no clube, e R$ 35 mil deveriam ser pagos no primeiro dia útil de janeiro de 2016.
No dia da prisão, o político afirmou que passava por um momento financeiro complicado e que o dinheiro era para pagar um empréstimo.
Yokota, que já estava afastado do cargo por determinação da Justiça, foi até o plenário da Câmara e leu uma carta de renúncia do cargo. No documento, que também foi publicado em uma rede social, o ex-parlamentar afirmou que a decisão foi tomada “em respeito à família, amigos eleitores, à comunidade japonesa e população umuaramense”.
Ao deixar o cargo, Yokota argumenta que poderá se dedicar a própria defesa de maneira tranquila.
“Quero exercer de maneira tranquila e transparente minha ampla defesa diante dos fatos que a mim estão sendo imputados e não condizem com a verdade”, relata em um trecho da carta de renúncia.
O ex-vereador afirmou ainda que se mantém em silêncio sobre as investigações para contribuir com o andamento do inquérito policial instaurado, e também para reestruturar a vida profissional e preservar a família.

Mais vereadores investigados
Na primeira sessão parlamentar do ano os vereadores iam decidir pela abertura ou não de uma Comissão Processante para investigar se mais vereadores cobraram propina de empresários. No entanto, os trabalhos foram suspensos logo depois da Mesa Diretora ser informada sobre a morte do ex-vereador e ex-procurador da Câmara, Luiz Catarin.
Mesmo com a suspensão e com a renúncia de Yokota, o presidente da Casa, Marcelo Nelli (SDD), afirma que os vereadores devem decidir pelo início das investigações na próxima sessão, marcada para 22 de fevereiro.
“O requerimento será lido, e se for aprovado montamos uma comissão para investigar se houve irregularidades. Se for comprovado os problemas, montaremos uma CPI e enviaremos o relatório dessas investigações ao Ministério Público do Paraná”, explica o presidente da Câmara.
O suplente de Yokota, Cléber Nogueira (PRB) assumiu o cargo em 20 de janeiro após a Justiça pedir o afastamento do ex-vereador.
Fonte: G1.com