A vacina desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) pode custar até 11 vezes menos que o principal imunizante aplicado hoje no Brasil, a Coronavac. A informação foi divulgada pelos pesquisadores durante entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (26). Considerando o valor de R$ 5, a vacina custaria 11 vezes menos que a Coronavac, que tem um valor estimado em US$ 10,30 (cerca de R$ 56 na atual cotação).
De acordo com um dos coordenadores da pesquisa, Emanuel Maltempi de Souza, o custo é calculado pelos insumos hoje utilizados em laboratório, descartando o valor dos equipamentos e da força de trabalho. “Considerando apenas os insumos, o preço da vacina é inferior a R$ 5 por dose, que a gente considera bastante baixo. Todos os insumos ou são produzidos no Brasil ou podem ser produzidos aqui, então a gente diz que seríamos completamente autossuficientes”, disse.
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A taxa de eficácia só será confirmada após o fim dos estudos, especialmente aqueles em humanos na fase clínica. Mas, inicialmente, o imunizante já apresenta títulos de anticorpos comparáveis e até superiores aos reportados pela vacina AstraZeneca/Oxford, em estudos na fase pré-clínica realizados em camundongos.
Testes
Segundo o reitor da UFPR, Ricardo Fonseca, a instituição estima que os ensaios clínicos em humanos possam começar em até seis meses. “É a etapa que a Butanvac e a vacina da USP estão, que é do requerimento para fase clínica na Anvisa. Então, se não acontecer nenhuma intercorrência, estamos com esse cronograma para ter as condições de fazer o protocolo”, explicou.
Fonseca ainda destacou a necessidade estratégica de desenvolver vacinas para o ano que vem, já que o mundo pode ter a necessidade de vacinas anuais contra a doença.
Custos
A 1ª fase da pesquisa foi apoiada com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Para prosseguimento do projeto, a UFPR terá o apoio financeiro do Governo do Estado. O investimento inicial será de R$ 700 mil por meio da Unidade Gestora do Fundo Paraná (UGF), vinculada à Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
O reitor da UFPR, porém, destacou a necessidade de parcerias futuras para o desenvolvimento. “Segundos alguns reitores, este custo pode chegar a R$ 50 milhões na fase clínica. Nenhuma universidade teria condições de fazer isso sozinha. Aí será uma parceria que teremos que celebrar”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil/ foto