Três pessoas foram encaminhadas à Delegacia de Paranavaí por descumprimento ao artigo 268 do Código Penal – “infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”. Os encaminhamentos foram feitos durante a primeira “Ronda da Dengue”. A ação foi organizada pelo município como medida emergencial para prevenir uma nova epidemia na cidade. Isto porque o resultado do último LIRA (Levantamento de Índice Rápido do Aedes) foi de 4,7 (alto risco), o que revelou o ritmo acelerado de proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti.
“Com base nos números do último LIRA, convocamos uma reunião com representantes das secretarias municipais, Polícia Militar, Guarda Municipal, etc, e determinei o início imediato da Ronda da Dengue na cidade. Vamos realizar forças tarefa diariamente para verificar denúncias, fiscalizar pontos críticos, notificar e multar casos reincidentes graves. Nesta quarta-feira (20) iniciamos com a Ronda em 12 locais identificados como pontos de acúmulo de lixo e, consequentemente, criadouros de larvas do mosquito da dengue. Algumas dessas pessoas até recebem acompanhamento psicológico por terem transtornos e serem acumuladores compulsivos de lixo. Na maioria destes locais já foram feitas várias notificações anteriormente, fiscalizações, pedidos para limpar, mas nenhuma providência foi tomada pelos proprietários.
Em alguns casos, o próprio município já limpou os locais, mas as pessoas voltaram a acumular uma quantidade absurda de lixo. Por isso, foram encaminhadas para a Delegacia para as providências cabíveis. A Vigilância notificou todos os acumuladores para que seja feita a limpeza destes locais com total urgência”, destacou o prefeito KIQ, que encabeçou a primeira Ronda da Dengue.
Em um dos pontos mais críticos, no Jardim Morumbi, a Vigilância em Saúde encontrou mais de 20 focos de larvas em menos de 10 minutos de vistoria. “Se ficarmos aqui por uma hora, com certeza vamos encontrar mais de 100 focos. Cada foco destes tem de 40 a 200 larvas. A conta é simples: só neste local podem ter mais de 20 mil pulpas (larvas prontas para se tornaram mosquitos contaminados da dengue). Isto é suficiente para infestar o bairro inteiro”, explicou o agente de endemias, Marcelino Floriano Barbosa.
Segundo a Vigilância, nesta localidade do Jardim Morumbi mora uma família de acumuladores. O pai, proprietário do imóvel, e o filho, que não é habilitado e estava conduzindo uma camionete sem documentação (fazendo o transporte de lixo orgânico para o local), foram encaminhados à Delegacia. Outro homem, morador da Vila Operária, também foi encaminhado à Delegacia por já ter sido notificado com relação ao acúmulo de lixo e focos de larvas da dengue várias vezes.
“As pessoas não entendem que acumular lixo é uma questão muito ampla de risco à saúde pública. Neste lixo se acumula água, se formam criadouros de larvas da dengue, mas não é só isso: tem a questão dos animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, cobras), o mau cheiro, animais que são vetores de outras doenças (baratas, ratos), etc. Quando a pessoa acumula lixo, ela dá a chance do mosquito Aedes (que é o nosso foco de combate atual) se proliferar e transmitir dengue para sua família e para seus vizinhos. Coloca todo mundo em risco”, avaliou a secretária de Saúde, Andréia Vilar, que também participou da Ronda.
A secretária lembra ainda que, se o município passar por uma nova epidemia, o risco para as pessoas que já contraíram a doença em 2012/2013 (quando houve o último surto em Paranavaí) corre um risco ainda maior de pegar dengue em um estágio hemorrágico. “É importante que a pessoa entenda que estamos em estado de alerta. Todo mundo precisa colaborar, limpar seus quintais, e até mesmo denunciar os locais com presença de larvas que podem ser pontos de risco para os vizinhos. Afinal, um local infestado não coloca em risco só quem mora ali, mas toda a comunidade à sua volta”, enfatizou.
Para fazer denúncias, basta ligar nos números da Ouvidoria Municipal – 156 ou 99114-1389 (whatsapp).
Fonte: Prefeitura de Paranavaí