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greve dos bancários completa nesta quinta-feira (06), 31 dias. Esta é a maior paralisação da categoria desde 2004, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Até ontem, 13.104 agências e 44 centros administrativos permaneciam fechados. Os números representam 55% das agências de todo o Brasil.
Uma nova rodada de negociações foi agendada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), junto aos Sindicatos nesta quarta-feira. “A gente cria uma expectativa pelo tempo em que estamos em greve. Essa negociação é diferente das demais, pois foi a Febraban que nos procurou pra negociar, então acreditamos que eles apresentem uma proposta – que não contemple claro todas as reivindicações – mas que seja algo que nos faça retornar ao trabalho”, explica Ana Paula Lorini, presidente do Sindicato dos Bancários de Umuarama, Assis Chateaubriand e região.
A reunião de negociação, que aconteceu em São Paulo, pode dar margem ao sindicato para análises em suas assembleias que acontecem hoje (quinta-feira, 6). Se houver consenso, as agências bancárias de todo o país poderão reabrir na sextafeira (07) ou na próxima segunda-feira (10).
Ontem por ser o primeiro dia útil do mês de outubro, os aposentados estiveramnas agências em busca do autoatendimento que é o que tem salvado o brasileiro em suas movimentações bancárias. Em razão disto, o movimento nas agências aumento ainda mais.
O empresário Edivaldo Cardoso disse que consegue fazer algumas pequenas movimentações bancárias. “Saques de até R$ 1 mil e algumas negociações utilizando o o autoatendimento eu consigo fazer, mas para efetuar o pagamento dos funcionários, por exemplo, estou tendo dificuldades, além de desbloquear e pedir cartão”, lamenta.
Priscylla Pacheco, também empresária, disse que está conseguindo fazer suas movimentações pelos caixas eletrônicos, como de costume, mas aguarda a reabertura das agências para aliviar o atendimento de uma forma geral. “Eu utilizo o autoatendimento para pagar minhas contas costumeiramente. Pelos aplicativos no celular verifico minha conta, mas não faço pagamentos com a assinatura digital”, explica.
Reivindicações Historicamente, a greve mais longa da categoria foi em 1951 e durou 69 dias, resultando na criação do dia dos bancários. Desta vez, a greve entrou no seu segundo mês. Os bancários pedem a reposição da infla- ção do período mais 5% de aumento real (totalizando 14,78% de reajuste), valoriza- ção do piso salarialno valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90. Antes do início da greve, no dia 29 de agosto, a Febraban propôs reajuste de 6,5%. Duas novas propostas foram apresentadas depois do início da paralisação, nos dias 9 e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram rejeitadas pelos bancários, que decidiram manter a greve por tempo indeterminado.
Fonte: Tribuna Hoje