Da redação:
Um dos maiores mitos relacionados a uma boa alimentação é de que para se alimentar de forma saudável é preciso gastar muito. Atualmente, há cada vez mais possibilidades de encontrar produtos in natura e orgânicos com preços acessíveis.
As feiras ao ar livre, por exemplo, têm oferecido esse tipo de produto, cuja qualidade é infinitamente superior se comparada aos alimentos vendidos nos supermercados. Isso porque, de uma forma geral, eles são produzidos sem agrotóxicos, além de gerarem um impacto muito menor ao meio ambiente.
Um dos destaques vai para a chamada agricultura familiar, uma das formas mais antigas de produção de alimentos, como vegetais e ovos frescos e laticínios e derivados sem conservantes, que tem ganhado as feiras, oferecendo produtos extremamente saudáveis ao consumidor final.
Dê preferência às feiras livres
Supermercados tendem a trabalhar com valores elevados para certos tipos de produtos, e os orgânicos frequentemente entram nessa lista. A saída é transformar um pouco os hábitos, optando por feiras livres.
Para efeito de comparação, os valores de itens livres de agrotóxicos chegam a ser quatro vezes maiores em supermercados, em relação à feiras de rua. Com essa diferença, é fácil ter a impressão de que alimentação saudável é um luxo destinado à pessoas com maior poder aquisitivo.
Uma dica é procurar pelas frutas e verduras da estação, já que, por conta da maior produção, elas tendem a sair mais em conta dos que os produtos de outra sazonalidade.
Agricultura familiar e alimentos orgânicos
Um dos maiores fornecedores de alimentos orgânicos é a chamada agricultura familiar. Esse tipo de produção é caracterizado pela policultura, ou seja, o plantio de diferentes tipos de vegetais, por pequenos grupos familiares e em pequenos lotes de terra.
A forma de cultivo é responsável por cerca de 70% da produção de alimentos em todo o mundo. E são alimentos mais saudáveis e naturais, já que o uso de agrotóxicos é quase nulo.
A produção familiar de alimentos abrange diversas espécies, de frutas e verduras, como alface, banana, laranja, cenoura e tomate, até produtos de origem animal, como ovos, leite, manteiga e iogurte natural.
Tais produtos são facilmente encontrados nas feiras livres.
E o interessante é que, além de obter alimento mais saudável, comprar algo proveniente da agricultura familiar ajuda diretamente na subsistência de populações rurais.
Alternativas e benefícios de adquirir produtos orgânicos
O acesso aos produtos orgânicos, porém, já não se limita às feiras livres. Isso porque já existem empreendimentos que usam tecnologias alternativas para fazer esse contato entre produtores e consumidores.
Algumas startups, por exemplo, oferecem a possibilidade de o consumidor escolher produtos orgânicos no site antes mesmo que eles sejam colhidos. Dessa forma, é possível prever, simultaneamente, a demanda dos clientes e a produtividade dos agricultores.
Há também alternativas voltadas para o público de baixa renda, como distribuidoras de produtos orgânicos que realizam entrega domiciliar. A produção desses alimentos, geralmente, vem de pequenos agricultores e de assentamentos do Movimento Sem Terra (MST).
A procura e o acesso a alimentos orgânicos vêm crescendo, assim como a escolha por agricultura familiar.
Isso estimula a produção e insere cada vez mais as pessoas do campo na lógica global de comunicação e modelos de trabalho em que a autonomia e a qualidade de vida se destacam em detrimento de trabalhos arcaicos e muitas vezes danosos.
Isso tem impacto social direto: com mais tempo e aumento da demanda, pequenos produtores rurais terminam participando mais de transações econômicas, não apenas como fornecedores, mas como compradores.