“Conhecer o adolescente infrator, verificar qual contexto ele está inserido na sociedade é o primeiro passo para a medida socioeducativa. Depois temos que internar e, paralelo a isso, encontrar uma maneira de fazer com que ele volte a trabalhar. Esse diálogo entre internação e trabalho é muito importante e precisa acontecer”, declarou o professor Fábio Luiz Zeneratti, em sua palestra no 1º Encontro Intersetorial sobre Medidas Socioeducativa, realizada no Centro da Juventude em Paranavaí, nesta quarta-feira (24).
O evento que foi promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, contou com a participação de assistentes sociais e representantes de entidades. O principal objetivo foi de encontrar parceiros que possam cumprir com as medidas de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) e debater saídas para que jovens que tenham cometidos qualquer tipo de erro não venham a se tornar reincidentes no futuro.
Zeneratti também apresentou dados importantes em sua palestra, um deles referente às condições de moradia de cada menor infrator. “Dos 135 casos pesquisados no Paraná, 103 residem nas periferias das cidades. Por isso, é importante que exista uma parceria entre o CENSE (Centro de Socieducação) e as secretarias de cada cidade, para que façam um trabalho nas áreas mais afastadas, onde as famílias encontram maiores dificuldades” argumentou.
Outras pesquisas feitas por Zeneratti apontam que o roubo, o tráfico e o homicídio (nesta ordem) lideram o ranking dos casos com mais infrações. 67% dos adolescentes não frequentavam a escola, e 88% não trabalhavam.
Segundo a secretária de Assistência Social de Paranavaí, Marly Correia Bavia Filho, “muitos pensadores acham que quando um adolescente entra na escola, automaticamente não existe nenhum tipo de problema. Esse tipo de pensamento está errado e precisa mudar, pois o problema está exposto na sociedade e precisamos tomar atitudes. Se um professor se deparar com algum ato de infração, não saberá quais medidas tomar, enquanto um assistente social irá verificar o que está acontecendo com o adolescente, se a família é bem estruturada ou não, e fazer o encaminhamento correto para a medida socioeducativa. Um assistente social é extremamente necessário dentro de um colégio”, garantiu.
Além das palestras e debates, o evento também contou com a exposição de quadros pintados pelos adolescentes do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).
Fonte: Prefeitura de Paranavaí