As fortes chuvas que atingem o estado do Paraná desde sábado (9) já afetam cerca de 700 mil pessoas, segundo a Defesa Civil. Em Rolândia, um motorista de ônibus está desaparecido desde esta segunda-feira (11), quando tentou atravessar um alagamento nas proximidades do Rio Bandeirantes. O Corpo de Bombeiros realiza buscas na região. “Para se ter uma ideia da força da água, o ônibus parou a cem metros de distância do ponto onde foi arrastado”, disse o coronel Adilson Castilho, da Defesa Civil.
Alagamentos, deslizamentos e fortes enxurradas causados pelo forte temporal foram responsáveis por manter 582 pessoas desalojadas no Paraná – número chegou a ser de cerca de 800 anteriormente . Em boletim divulgado às 16h desta terça-feira (12), a Defesa Civil aumentou de 24 para 27 o número de municípios atingidos pelas tempestades. As casas danificadas passaram de 117 para 283. As ocorrências novas ainda são referentes à chuva de segunda-feira (11).
Além disso, pelo menos 26 pontos de rodovias estaduais e federais estão interditados por causa dos estragos provocados pela chuva. Em Querência do Norte, na região Noroeste do estado, há diversas estradas rurais completamente destruídas, segundo a Defesa Civil.
Em Tamarana, no norte do estado, há o maior número de pessoas desalojadas: 300. A cidade, de aproximadamente 12 mil moradores, está sem acesso à internet e são poucos os telefones que funcionam. A tempestade castiga o município desde domingo e provocou deslizamento de lama que invadiu algumas moradias.
De acordo com a Defesa Civil, não há nenhuma cidade com abastecimento de água e energia elétrica prejudicados até o momento, mas a Copel monitora a região de Tamarana. Também há a possibilidade de que a captação de água na região de Maringá possa ser afetada por causa dos alagamentos.
Segundo o departamento de comunicação da prefeitura, parte da PR-445, que liga Tamarana até Londrina e Mauá da Serra, está interditada, o que fez com que muitas pessoas de fora que estavam trafegando no trecho ficassem ilhados em Tamarana. “Parte deles ficou em casa de moradores e no abrigo”, afirma a assessoria. A cidade ainda está em estado de alerta.
Outra cidade que foi afetada pelo temporal foi Piraí do Sul, nos Campos Gerais. Ao todo, 100 pessoas permanecem desalojadas – segundo a Defesa Civil. Além delas, há outras 30 que permanecem desabrigadas e estão no Pavilhão Cultural Gabriel Cury. Quem está desalojado saiu de casa – não necessariamente perdeu – e não está em abrigo público, mas, sim, na casa de um parente ou amigo. Desabrigado é quem perdeu a casa e está em um abrigo público.
Regiões críticas
De acordo com Castilho, a região mais alarmante neste momento é a de Londrina, onde nas últimas 48 horas já choveu cerca de 300 milímetros. Em Ibaiti, no Norte Pioneiro, a Defesa Civil monitora o risco de colapso de uma barreira de represa em uma propriedade particular.
Em todas as regiões onde houve o bloqueio de estradas, engenheiros do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) trabalham para solucionar o problema. Segundo Castilho, todo o efetivo do Corpo de Bombeiros das cidades de Londrina, Apucarana e Maringá está mobilizado para atender as ocorrências nessas regiões. A Defesa Civil do estado também está mobilizada para dar apoio aos municípios atingidos.
Previsão
Segundo o meteorologista do Instituto Simepar Samuel Braun, as chuvas devem continuar intensas no norte do estado nesta terça-feira (12). No restante do Paraná, as pancadas devem dar uma trégua . “A tendência é de que durante a semana todo o estado tenha registro de chuvas menos intensas e ocasionais que não devem provocar tantos problemas”, afirma.
Segundo Castilho, as chuvas que castigam o Paraná já eram esperadas desde o ano passado e podem ser explicadas pelo fenômeno do El Niño.
Fonte: Gazeta do Povo