Quem está chegando agora ao mundo dos investimentos tem um bom trabalho pela frente: é preciso entender o que é renda fixa (e, por consequência, o que é renda variável), os motivos pelos quais não se deve contar com a poupança tradicional, os perfis de investidores existentes, o que é day trade… a lista é longa.
Felizmente, não é necessário embarcar nessa jornada sozinho: além de poder consultar diversos materiais de apoio, disponibilizados na internet – como, claro, é o caso deste artigo -, é possível pedir informações sobre o melhor caminho a se seguir para especialistas da área de investimentos.
Um dos profissionais que pode ajudar nesse processo é o analista de investimentos. Se você gostaria de entender um pouco mais sobre o que se trata essa profissão, fique por aqui.
Qual é a função de um analista de investimentos?
Como a alcunha da profissão sugere, o analista de investimentos é o indivíduo que está autorizado a fornecer suporte àqueles que desejam investir, sejam eles novos investidores ou pessoas com mais experiência no mercado financeiro.
O analista tem forte influência na tomada de decisão e, depois disso, pode sugerir mudanças, vendas ou novas aquisições ao investidor. Para tal, ele deve se basear em análises econômicas, mas não só: é preciso ter profundo conhecimento do setor e estar atento aos números e informações disponibilizados pelas empresas.
Existem dois tipos de analistas: os técnicos e os fundamentalistas. Falaremos com mais clareza sobre isso a seguir.
Analistas técnicos
Analistas desta ordem fazem a sua avaliação do mercado e do melhor caminho a ser tomado pelos investidores a partir do estudo da análise gráfica (ou técnica).
Geralmente, a análise técnica não tem objetivo de longo prazo: ao fornecê-la, o analista visa ações cujo obtido deve ser alcançado dentro de um número pequeno de dias e, às vezes, dentro de um número de horas.
Para ser analista técnico, é preciso adquirir uma certificação, a chamada CNPI-T. Retornaremos ao assunto em breve.
Analista fundamentalista
A função deste profissional é analisar os números divulgados pelas companhias e, a partir da comparação de métricas diversas, concluir se determinada ação está cara ou barata (e o que o investidor deve fazer a partir disso).
Ao contrário da análise técnica, que é voltada para a resolução de problemas ou para a obtenção de metas a curto prazo, a análise fundamentalista é voltada para os investidores de longo prazo: na prática, isso significa que as recomendações deste analista se focam em semanas, meses ou anos.
Para ser analista fundamentalista, é preciso tirar a certificação CNPI.
É preciso ser formado em economia para ser analista de investimentos?
Não é obrigatório; ainda assim, a pessoa que deseja se profissionalizar nessa área deve fazer, além de um curso específico, uma prova com questões relacionadas ao âmbito dos investimentos e ao trabalho do analista como um todo.
As provas são realizadas nos Centros de Testes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ocorrem durante boa parte do ano. Com a pandemia, sempre vale a pena entrar em contato com a instituição e tirar as dúvidas sobre os próximos exames.
Para prestar para o cargo desejado, o candidato deve antes ser aprovado em uma prova sobre Conteúdo Brasileiro (CB). Finalizada esta etapa, ele tem um ano para ser aprovado na outra prova.
Conteúdos a estudar
A fase CB, obrigatória para quem deseja ser analista fundamentalista, técnico ou pleno (ou seja, apto para ambas as funções), conta com 60 questões de múltipla escolha, nas quais são abordadas matérias como: mercado de capitais, mercado de renda fixa, mercado de derivativos, conceitos econômicos, etc.
A prova CG1, Conteúdo Global 1, é direcionada aos que desejam ser analistas fundamentalistas. Nela, que também contém 60 questões, são abordadas as matérias de análise e avaliação de ações e finanças corporativas e contabilidade financeira e análise de relatórios financeiros.
Já a prova CT1, Conteúdo Técnico 1, está voltada para algo mais “mão na massa”: entre os conteúdos, dispostos em 60 questões de múltipla escolha, estão princípios de análise técnica, suporte e resistência, volume e contratos em aberto, Dow, Elliot, etc.
Um analista júnior ganha por volta de quatro mil reais, o que é um salário bastante justo. Com o passar dos anos ou com um desempenho particularmente bom – o que pode acontecer! -, é possível triplicar ou quadruplicar esse salário. Como em qualquer outra profissão, é preciso dedicação e estudo constante.