Há um ano, a Cooperativa de Seleção de Materiais Recicláveis e Prestação de Serviços de Paranavaí (Coopervaí) tinha uma produção de aproximadamente 200 toneladas por mês. A situação atual é outra: a média mensal é de 90 toneladas.
A quantidade de produtos recicláveis que chega até a sede da Coopervaí tem sido insuficiente para manter os 36 cooperados. Pelos cálculos da presidente Patrícia Cristiane dos Santos, houve queda de quase 50% na renda dos trabalhadores.
O aumento na quantidade de catadores informais pelas ruas de Paranavaí contribui de maneira decisiva para esse cenário de perdas. E não são apenas os chamados “carrinheiros”, mas também empresas privadas recolhendo itens recicláveis.
Por isso, a alternativa tem sido buscar produtos em outros municípios da região. A prática, no entanto, gera despesas e interfere diretamente no rendimento da Coopervaí. “Estamos nos mantendo aqui por amor mesmo”, disse Patrícia.
Em fevereiro deste ano, representantes da cooperativa se reuniram a integrantes da Administração Municipal. Na ocasião, foram informados que um decreto seria elaborado para organizar a atuação dos catadores informais em Paranavaí.
Uma das propostas seria incluir essas pessoas na cooperativa. Eles também poderiam atuar a partir de parceria com a Coopervaí. No entanto, o trâmite legal ainda não foi concluído pela equipe jurídica da Administração Municipal.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Ramiro Kulevicz, a legislação teria como principal foco a regulamentação do trabalho, estabelecendo algumas regras para quem atua como catador em Paranavaí.
Estão contempladas, por exemplo, questões ligadas aos veículos de transporte, ao armazenamento, à separação e à destinação desses itens. Também haverá ações de orientação e, posteriormente, fiscalização.
Kulevicz destacou que muitos catadores que não fazem parte da Coopervaí trabalham em condições inadequadas e não descartam os rejeitos de maneira correta. Terrenos baldios e fundos de vale acabam se tornando depósitos de lixo reciclável.
O secretário de Meio Ambiente também declarou que a Administração Municipal investirá em campanhas de conscientização dos moradores, tendo como foco a separação correta de itens retornáveis e lixo orgânico.
Segundo Kulevicz, diariamente são depositadas 70 toneladas de resíduos no aterro sanitário de Paranavaí. Desse total, 40% são materiais que poderiam ser levados para a Coopervaí e aumentariam a produção diária dos cooperados.
Na opinião da assessora da cooperativa, Vera Márcia Teixeira, a divulgação é essencial, uma vez que parte dos produtos levados à Coopervaí não chega nas condições ideais para a separação e precisa ser descartada.
Fonte: Diário do Noroeste